terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Escolas automotivas – Como tudo começou Parte I

Como carros esportivos produzidos em diferentes partes do mundo têm características tão distintas? Como a máxima eficiência volumétrica dos motores Japoneses, o comportamento dinâmico neutro dos Europeus e a arrancada surpreendente dos Americanos, estas formam as escolas automotivas. Para entender melhor estas escolas, vamos ver quais são seus principais traços e porque eles foram desenhados desta forma.


Como funciona a escola Japonesa?
Imagine uma pessoa comum, que é submetida a anos de treinamento com os melhores mestres e ao final torna-se uma arma letal. Sim meu amigo, é assim que funciona a escola Japonesa!
Os bólidos dessa escola geralmente nascem de veículos comuns nas linhas de produção, recebem doses massivas de modificação parar tornarem-se samurais do asfalto.


As modificações são completamente funcionais e visam sempre à melhoria de desempenho, exemplos: utilização de rodas em Alumínio forjado por serem mais leves e com isso reduzirem o peso do conjunto melhorando a dinâmica da suspensão, a retirada de confortos como CD – Player, GPS e até ar condicionado para reduzir o peso do veículo trazendo ganhos em aceleração, frenagem e dinâmica.

Ainda na linha das modificações, uma característica marcante na escola Japonesa é a obsessão pela eficiência volumétrica dos motores e um dos ícones dessa obsessão é o motor B16B produzido pela Honda que com apenas 1,6 litros produzia incríveis 185 cv naturalmente aspirados, uma potência específica de mais de 115 cavalos vapor por litro.


Todo esse aprimoramento vindo dos próprios fabricantes tem raízes nas ruas assim como nas outras escolas. A geografia do Japão é um dos fatores determinantes no perfil dessa escola, o grande número de formações montanhosas nas ilhas Japonesas e o nível de inclinação das mesmas, levou a engenharia de estradas a construir pistas em “S” diminuindo os aclives e facilitando o trafego de veículos de carga.


Foram nessas estradas sinuosas que jovens cheios de adrenalina começaram a praticar o Touge ( – pronuncia-se toe-geh) desenvolvendo o Drift com técnicas como Clutch Kick, Power Oversteer, E-Brake, Feint, entre outras. Por essa característica de terreno os modelos mais valorizados eram aqueles que apresentavam o melhor comportamento dinâmico, exemplo disso é o aclamado AE86 ou Hachi-Roku com sua distribuição de peso 50/50.


Ao mesmo tempo nas metrópoles nipônicas aconteciam as Wangan race, com foguetes sobre rodas que calcinavam o asfalto a mais de 300 km/h, onde um bom acerto aerodinâmico e motor explosivo eram essenciais, carros como Datsun 280ZX eram presença constante com seu motor de 2,8 litros e seis cilindros que aceitava facilmente modificações rendendo 400 hp.


Então foi baseada nessas preferências que a indústria automotiva Japonesa começou a criar seus modelos apimentados (e muito apimentados mesmo) traçando assim o perfil dessa escola tão distinta.
Em uma próxima matéria trataremos da escola americana e seus carros musculosos.

Fontes: Fórum EK9.org, Jalopnik Brasil, Wikipédia, Blog Hachiroku

Pesquisa e texto: Rodrigo Coutinho

Um comentário:

  1. muito interesante essa historia,que os carros esportivo, sofren
    para andar no japao.

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